Negócio
“‘O sole mio”
A quantidade de luz solar que atinge a superfície da Terra numa hora e meia é suficiente para atender ao consumo total de energia do mundo, durante um ano inteiro. As tecnologias solares convertem a luz solar em energia elétrica por meio de painéis fotovoltaicos (PV) ou por meio de espelhos que concentram a radiação solar. Essa energia pode ser usada para gerar eletricidade ou ser armazenada em baterias ou armazenamento térmico.
Atualmente, ainda não dispomos da tecnologia para aproveitar ao máximo a energia que vem do Sol, mas os rendimentos das instalações fotovoltaicas estão a aumentar exponencialmente. Em 1883, quando a primeira célula fotovoltaica foi criada, a sua eficiência era de apenas 1%. Agora, está em 24%, e alguns testes de laboratório chegaram a colocar este número em 47%.
De fotões para corrente elétrica
Uma central solar fotovoltaica é uma instalação de produção de energia renovável que transforma a energia que o Sol nos oferece, em eletricidade. Isso é possível graças aos painéis solares: quando os fotões os atingem, esses módulos criam uma diferença de potencial entre os seus terminais, gerando uma corrente elétrica.
Há dois tipos de centrais fotovoltaicas: as que estão ligadas à rede e as que não estão. No primeiro caso, por sua vez, existem dois tipos:
Central fotovoltaica: toda a energia gerada pelos painéis é enviada à rede elétrica.
Gerador com autoconsumo: parte da eletricidade gerada é consumida pelo próprio produtor (em uma residência, por exemplo) e a energia restante é enviada à rede. Ao mesmo tempo, o produtor extrai da rede a energia necessária para cobrir a sua procura, quando a unidade não lhe fornece energia suficiente.
As instalações com ligação à rede têm três elementos básicos:
- Painéis fotovoltaicos: trata-se de grupos de células fotovoltaicas montadas entre camadas de silício, que captam a radiação solar e transformam a luz (fotões) em energia elétrica (eletrões).
- Inversores: convertem a corrente elétrica contínua que os painéis geram em corrente alternada, apta para o consumo.
- Transformadores: a corrente alternada gerada pelos inversores é de baixa tensão (380-800 V), sendo utilizado um transformador para poder elevá-la à média tensão (até 36 kV).
Por outro lado, as instalações não ligadas à rede operam isoladamente, ou seja, em ilha, e costumam estar em lugares remotos e/ou explorações agrícolas para satisfazer necessidades de iluminação, servir de apoio às telecomunicações e fazer o bombeamento dos sistemas de rega.
Investir na energia solar além-fronteiras
A MCA anunciou recentemente que vai ter a seu cargo a construção de mini-redes solares em Angola, um projeto avaliado em 1.290 milhões de euros (cerca de 1,4 mil milhões de dólares).
O investimento destina-se à construção, em aldeias rurais, de 48 mini-redes solares com armazenamento da eletricidade em baterias. Calcula-se que esta estratégia de disseminação de pequenas unidades de produção de energia vá beneficiar cerca de um milhão de angolanos.
Para além deste projeto a MCA realizou anteriormente outros investimentos em Angola, na área das energias verdes. Um desses exemplos é o investimento de 370 milhões de dólares no desenvolvimento de sete parques fotovoltaicos em seis províncias de Angola: Benguela, Huambo, Bié, Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico.
Os parques têm uma capacidade total de 370 MWp e geram cerca de 1,2 mil milhões de quilowatts-hora de eletricidade por ano. A energia produzida é vendida à rede nacional de energia elétrica e ajuda a reduzir a dependência de Angola de combustíveis fósseis.
Este investimento é um passo importante para Angola, na sua transição para uma economia mais sustentável já que a energia solar é uma fonte de energia renovável e não poluente e pode ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Além dos benefícios ambientais, o investimento em energia solar também traz benefícios económicos para Angola. A criação dos parques fotovoltaicos gera emprego e impulsiona a economia local.
É, por isso, com uma grande satisfação que partilhamos esta conquista, que reforça o nosso compromisso com a excelência e com as comunidades onde atuamos.
Vantagens de investir em energia solar
O investimento em energia solar oferece uma série de vantagens, incluindo:
- Redução das emissões de gases de efeito estufa: a energia solar é uma fonte de energia renovável e não poluente, o que significa que contribui para as mudanças climáticas.
- Economia de custos: a energia solar pode ajudar os consumidores a economizar a sua conta de luz, uma vez que os sistemas solares fotovoltaicos podem produzir a sua própria eletricidade , o que reduz a necessidade de comprar eletricidade da rede.
- Aumento do valor da propriedade: os sistemas solares fotovoltaicos podem aumentar o valor de uma propriedade, já que os compradores estão dispostos a pagar mais por uma propriedade que seja equipada com energia solar.
- Criação de empregos: a indústria solar gera empregos em diversos setores, incluindo a instalação, manutenção e fabricação de sistemas solares.
- Aumento da segurança energética: a energia solar é uma fonte de energia renovável e não importada, o que significa que um país não precisa de depender de outros países para obter a sua energia.
Benefícios concretos para as empresas
A instalação de sistemas solares também traz benefícios fiscais para as empresas. O Plano Nacional de Ação Para a Eficiência Energética lança, anualmente, vários concursos no âmbito do Fundo de Eficiência Energética direcionados a entidades de vários setores, sejam públicas, privadas ou cooperativas, com ou sem fins lucrativos.
Para além disto, através de Programas Operacionais Regionais – como o Programa Sustentável 2030 – foram disponibilizados mais de 24 milhões de euros para empresas que apostem na instalação de painéis solares ou sistemas alternativos de produção de energia para autoconsumo, sendo parte deste valor dedicado exclusivamente à certificação PME. Na maior parte dos casos, o prazo de candidatura destes programas estende-se até ao final de 2030.
Aproveitar estes apoios é uma oportunidade para modernizar a tua empresa, reduzindo os custos fixos e o investimento necessário para o conseguir. Atualmente, o valor de uma empresa excede a esfera financeira. O valor percecionado é, também, muito importante, ou seja, todas as decisões que melhorem a sua pegada ecológica e o ambiente de trabalho para os seus colaboradores traduzem-se numa melhoria da imagem da empresa o que, consequentemente, , não só é apelativo para os consumidores, como também para potenciais investidores e parceiros.
Numa era em que as preocupações com o meio ambiente estão cada vez mais na agenda, as empresas mais sustentáveis, que, por exemplo, já reduziram o recurso ao petróleo, ao carvão e até ao gás, tendem a ser mais valorizadas. Esse é um dos compromissos que levamos a sério na MCA, como um princípio orientador da nossa estratégia na promoção do desenvolvimento sustentável das comunidades onde atuamos.
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